Imagine nos tempos de hoje quando a intolerância dividiu a sociedade brasileira na política e no futebol, criando uma sociedade que se coloca entre bandeiras verdes e vermelhas. Imagine então, se um desinformado torcedor visitante entrar com a camisa do seu time, no reduto de torcedores rivais. Será que esse torcedor sobreviverá?
As passeatas políticas e de torcidas chegam ao ponto de agredir pessoas e até o bem público. Aonde queremos chegar° até a estação do metrô para acertos de contas. Sou de um Brasil civilizado e mais ameno. Imagine hoje, um modesto servidor de um clube ser descoberto que torce um outro time. Só demissão…
Pois é, eu que acompanho futebol, desde os tempos em que a criatura humana não era massacrada por isso. Vamos a um pequeno acontecimento do qual eu fui o espectador.
Meu tio Miguel Ianelli (foto 1) foi um modesto, mas respeitado funcionário do Santos. Todos sabiam que ele era um palmeirense fanático e o maior filador de cigarros. Em 1960, uma 2ª.feira, quando eu e o meu tio nos encontramos com o Formiga, um mineiro de Araxá, gente muito boa que jogou sete anos no meio campo do Santos, foi convocado para seleção brasileira em 1955 e 59. Como os outros jogadores naquela tarde ele se apresentava para habitual revisão médica. Ao deparar com o gentleman Formiga, meu tio foi se aproximando para lhe pedir um cigarro. Prontamente o Chico Formiga o atendeu, se afastou um pouco, mas logo voltou com outro cigarro Lincoln. Seu Miguel vou lhe dar mais um cigarro, porque o seu Palmeiras nos derrotou, ontem por 2 a 1.