Segundo o site oficial do Santos FC (santosfc.com.br), nos 18 anos que Pelé defendeu nosso glorioso time, 1.091 gols foram marcados pelo Rei, nos 1.116 jogos que disputou, o que resulta numa média de quase 1 gol por partida (aproximadamente 98%).
Além disso, Pelé conquistou 45 de um total de 88 canecos levantados pelo Alvinegro Praiano, ao longo dos seus mais de 100 anos de história, números que equivalem a 51% de nossos títulos até aqui. Dentre as conquistas mais importantes: o bi mundial (62 e 63), o bi da Libertadores (62 e 63), cinco Taças Brasil, um Robertão, 10 Paulistas e quatro Torneios Rio-São Paulo.
Não é por acaso que o polêmico torcedor santista Mílton Neves já chegou a dizer que “o Santos FC sem Pelé teria sido apenas um Bragantino”.
Bem, meus amigos… diante dos números apresentados, eu chego a dizer que o surgimento de Pelé está para o Santos FC assim como a invenção da roda está para a humanidade. Sem o Rei, o Santos FC ainda seguiria lentamente, em lombo de mula, rumo às suas glórias e conquistas.
Além de ídolo e quase mito da torcida Santista, Pelé é também símbolo mundial, cujo nome já chegou a ser difundido em nosso planeta, mais até do que de Jesus Cristo e a marca Coca-Cola, segundo já se divulgou em alguns meios de comunicação.
Muitas vezes cheguei a duvidar de tal afirmação, devido à visão ocidentalista que temos do mundo. No entanto, quando estive no Oriente Médio, região em que predomina a marca de bebida Pepsi e Jesus é considerado como “apenas” uma encarnação anterior de Maomé (portanto “menos evoluída”!), Pelé sem dúvida é nome mais conhecido!
No aeroporto ou no trânsito, ao ser abordado por policiais de semblantes normalmente sisudos, é quase certo receber um sorriso no momento que o passaporte brasileiro lhes é apresentado, e escutar : “Belé!” – sim, assim mesmo, porque o povo de origem árabe tem dificuldade em pronunciar o fonema da letra “P”… e a propósito, lá se diz “Bebsi”, e não Pepsi.
O fato é que Pelé fez e ainda faz com que o nome do Brasil e do Santos FC sejam propagados por todo o planeta, e de forma extremamente positiva, é bom que se diga. Arrisco a dizer até que o Santos FC é mais conhecido por causa de Pelé do que o contrário.
Ao completar 80 anos, em pleno ano de pandemia, Pelé recebeu singelas homenagens e manifestações de carinho. Dentre elas a marca Pelé com o número 80 estampada na frente do manto santista. No entanto, apesar de todo reconhecimento, por parte do Santos FC e sua torcida, resta ainda uma homenagem que, para mim, seria a maior de todas:
Aposentar, ou melhor, imortalizar definitivamente a camisa 10 do Peixe!
Para alguns, isso pode soar um pouco radical. No entanto, pergunto-me como é que o Santos FC até hoje não fez isso? No basquete da NBA, o maior exemplo é Michael Jordan (o Pelé da bola-ao-cesto), cuja camisa 23 foi imortalizada não só pelo Chicago Bulls mas também pelo Miami Heat.
No futebol, Maradona já quase recebeu tal homenagem, ainda em vida, de seu time de origem e de coração, o Boca Juniors. E olha que ele não fez nem um milésimo para o Boca Juniors se compararmos com o que Pelé já fez para o Santos FC.
Se na era pós-Pelé tivemos o prazer de ver alguns craques vestirem o manto sagrado de número 10, tais como Pita, Giovanni, Diego, Zé Roberto e mais recentemente PH Ganso (quando ainda fazia a diferença), a verdade é nenhum destes citados foi, é ou será um dia como Pelé, na bola ou na fama.
Até aqui, mencionamos os craques, porém devemos também lembrar que outros (não tão craques assim!) como Rodrigo Tabata, Pedrinho, Molina, ou até mesmo Soteldo mais recentemente, já vestiram o manto mais sagrado, o de número 10… Sem falar naqueles que, por hora, minha memória seletiva se recusa a lembrar, mas que certamente têm seus nomes registrados nas súmulas desse Brasil à fora… e o que é pior: com a 10 do Rei do Futebol e Atleta do Século XX.
A verdade é que já cheguei a ter calafrios, ao ver imagens tão destoantes de jogadores sem o mínimo de técnica, raça e paixão pelo Peixe, com aquele número que, nas costas de Pelé, transcendia e acabou se perpetuando como símbolo de craque.
Que no lugar da 10 se passe a utilizar a 20! Seria estranho ver nosso principal meio-campista com tal número? Sinceramente, não! Se Robinho fez sua fama com a 7, e Neymar agora se consagrou no no Santos FC com a 11, certamente outros craques podem e devem buscar identificação com o time e nossa torcida por meio de outro número, que não o 10… número é o que não falta!
Sob o ponto de vista de marketing, a entidade Santos FC poderia explorar a “imortalização da 10” e o “nascimento da 20” de forma sem precedentes, com todos os recursos de mídia que temos ao nosso alcance, nos dias de hoje.
Lanço esse tema aqui não como uma ideia perdida ou uma sugestão simplesmente, mas como uma campanha. Em algumas entrevistas já ouvi Pelé dizer: “se quiserem me homenagear, que o façam em vida… depois que eu morrer, não adianta”.
É verdade que Pelé jamais morrerá, mas seu representante, Edson, um dia não estará mais conosco, e aí a homenagem perderá sua representatividade maior, se vier tardiamente.
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